quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Quimioterapia


O que é a quimioterapia?

Quimioterapia é uma das modalidades de tratamento para o câncer, que envolve o uso de medicamentos injetáveis e orais que irão atuar de forma sistêmica no organismo do doente.

Qual é sua função?

Sua função é impedir que as células malignas cresçam e se dividam descontroladamente. As quimioterapias podem atuar em diversas fases do ciclo de vida da célula e com mecanismos diferentes, mas todos visam à destruição da célula cancerosa.

Quando ela é utilizada? Quais os requisitos ideais para a aplicação da quimioterapia?

Geralmente a quimioterapia é utilizada no tratamentos de tumores que tem facilidade de se espalhar pelo corpo. Alguns tipos de tumores diagnosticados em fase inicial, ou que não apresentam capacidade para metastatizar (espalhar para outros órgãos), podem não necessitar de quimioterapia, sendo curáveis com outras modalidades como cirurgia e/ou radioterapia.
Para receber quimioterapia o paciente deve ter exames adequados de sangue, função hepática e renal, entre outros. Mudança das drogas de escolha e ajustes de dose podem ser necessários dependendo dos resultados desses exames.

Quais os tipos de quimioterapia?

Existem diversas classes de quimioterapia, tanto injetáveis como em forma de comprimidos para administração oral. Cada tipo tem um mecanismo de ação diferente, isto é, agem em diferentes partes da célula e possuem efeitos colaterais variáveis entre si.

A radioterapia e a quimioterapia fazem o mesmo efeito? Quando uma é utilizada e quanto o médico opta pela outra?

A radioterapia tem uma ação mais localizada (somente na área irradiada), enquanto que a quimioterapia atua em todo o corpo. Ambas têm o objetivo de destruir a célula tumoral, mas também acabam atingindo células normais. As características de cada tipo de tumor e o estágio da doença são os fatores que norteiam a escolha do tratamento: quimioterapia, radioterapia ou a combinação dos dois.

Quais são os efeitos colaterais da quimioterapia?

A quimioterapia age no corpo inteiro e, além de matar as células tumorais, pode também ser tóxica para algumas células normais, principalmente aquelas que se multiplicam mais rápido. Os tipos de efeitos colaterais podem variar bastante entre os diferentes medicamentos, mas os mais comuns são: mucosite (aftas na boca), diarréia, náuseas/vômitos, alopécia (queda de pelos e cabelos), anemia (redução de glóbulos vermelhos), leucopenia (redução do número de glóbulos brancos e seus subtipos), plaquetopenia (redução dos elementos do sangue responsáveis pela coagulação), entre outros. Atualmente existem muitas maneiras de se controlar esses efeitos indesejáveis e muito pode se amenizado.

Quando a quimioterapia pode falhar?

As células tumorais podem sofrer mutações e ficar resistentes à quimioterapia. Por isso muitas vezes usamos a combinação de diferentes drogas, com mecanismos diferentes, para tentar destruir todas as células malignas. Mesmo assim, o câncer tem a capacidade de ficar resistente. É impossível prever quando isso vai acontecer. Dependemos da resposta individual de cada paciente para avaliar as falhas e propor outras alternativas de tratamento.

Dr. André Deeke Sasse
Médico oncologista doutor em quimioterapia pela UNICAMP, membro fundador e atual presidente do Centro de Evidências em Oncologia da UNICAMP (CEVON) e especialista e professsor de Medicina Baseada em Evidências e Farmacoeconomia. Atende em consultório no Radium Instituto de Oncologia.

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